sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O que vem a ser Ailurofilia ?


por Fabio Rinaldi

"Estranha palavra, que expressa um sentimento muito belo e nobre: ailurofilia, ou elurofilia, significa “paixão por gatos, afinidade com os felinos”.Certas pessoas nutrem verdadeiro amor por esses animais, têm facilidade de comunicação com eles (às vezes mais do que com os humanos), se dão bem, entendem e se fazem entender por eles.
Alguns consideram doença, obsessão. Não é. É só paixão e identificação, mesmo. Somos ailurófilos natos. Se nos perguntarem de onde surgiu essa paixão, não saberemos explicar ao certo. De nossa convivência com eles,achamos.
Acreditamos que seja quase impossível a alguém que tenha tido a oportunidade de conhecer de perto um desses felinozinhos, que não tenha despertado nem mesmo um pequeno sentimento de ternura. Mas nos referimos a conhecer mesmo, a ter convivência com o coração aberto, dentro de casa, cotidianamente.
Gato de quintal, de rua, de muro, não vale. Ver o gato de longe e alimentá-lo em cima do telhado não é conhecer. Para conhecermos um gato, temos que conquistar sua amizade e confiança.
Tanta coisa ruim se atribui tão injustamente aos gatos... egoísmo, traição, falta de amor pelo dono... tudo mentira, invenção de quem apenas os olha de longe. Bem, na verdade gato não tem dono, eles têm amigos humanos.
É certo que os gatos são orgulhosos, e não gostam de ordens, o que não significa que não nos entendem. Apenas não gostam de obedecer. Têm personalidade própria e gostam de fazer tudo à sua maneira; às vezes nos desafiam para mostrar que são livres. Quando obedecem, querem sempre dar a impressão de que o fizeram porque quiseram, não porque mandamos.Não se deitam no colo se não têm vontade, na verdade não fazem nada que não tenham vontade; mas se têm, fazem o possível para conseguir atenção: deitam-se candidamente sobre nosso livro, sobre o jornal, chegam devagarzinho e mal percebemos quando já se aconchegaram em nossa barriga.
São curiosos: entram por qualquer porta que encontrem meio aberta, e por isso é comum que às vezes fiquem presos dentro de armários.Não brincam quando queremos, apenas quando eles querem. Distraem-se facilmente, gostam de brincar sozinhos, e se nos intrometemos, é natural que parem a brincadeira e nos deixem no vão.
Não significa que não gostem da gente: apenas têm atitude, ao contrário de muitas pessoas, de mostrar-nos que preferem estar sozinhos, naquele momento.
Os gatos são sinceros, mostram o que sentem. Se não gostam de alguém, saem de perto. Percebem os sentimentos das pessoas: se a visita não gosta de gato, ele logo se esconde (ou, no caso dos mais atrevidos, chegam como quem não quer nada e afia as unhas em sua calça); se a pessoa tem medo de gatos, ele se compraz em se esconder atrás da porta e pregar-lhe um belo susto, saltando alegremente em seus pés. São ágeis e dão saltos incríveis: um gato jovem e brincalhão pode nos fazer “perder” horas de nosso dia assistindo-o brincar, com suas divertidíssimas piruetas, contorções e saltos acrobáticos.
Os gatos nos ensinam a convivência, o respeito pelo próximo, a paciência, a retribuição de sentimentos. Se você não gostar de um gato, pode ter certeza de que ele também não gostará de você. Mas se você tiver afeição por ele, será recompensado pelo tipo de carinho e amor mais sinceros, que é o dos felinos. Pois os gatos não são capazes de fingir sentimentos.
O que traz as boas energias não é exatamente o gato, mas o amor recíproco que sentimos um pelo outro. Um ambiente de afeição com certeza se torna mais leve e agradável. E os gatos nos proporcionam isso. “Além, é claro, de enfeitarem nossa casa, como um bibelô animado.”

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